Na capa do novo "O Bancário" (novo apenas na forma pois é uma revista mas velho no conteúdo) aparece-nos o presidente do Sindicato do Sul e Ilhas (SBSI) Delmiro Carreira. O título principal "Lucros da banca exigem mais responsabilidade social" e os sub-títulos "a APB tem primado pela ausência em tudo o que seja matéria de diálogo social" e "a responsabilidade social das empresas não se esgota nos seus clientes, também tem a ver com os trabalhadores" manifestam curiosamente algumas posturas duplamente contraditórias.
Não quero dizer que os títulos sejam errados, pelo contrário, mas acusar os patrões da banca dos mesmos delitos que na sua própria casa (o SBSI) este senhor e a sua direcção praticam é que me parece a contradição. E esta contradição é dupla porque no que diz respeito à capacidade de intervenção junto da Associação Portuguesa de Bancos (APB), à capacidade reinvidicativa face à caída do poder de compra e perca de regalias dos trabalhadores bancários aqueles títulos acima referidos apenas servem para "enfeitar" o sindicalismo de braços caídos que tem sido a tónica desta também importante "figura" da UGT.
Com efeito os trabalhadores bancários têm praticamente sido "entregues" às decisões da banca gulosa de lucros, de contenções de custos, de trabalho realizado e não pago. A banca portuguesa tem todas as vantagens de ter dirigentes assim, isto é, que se calem, que tudo façam para desmobilizar os bancários de modo a facilitar a vida dos banqueiros e de todos os que estão ao seu serviço.
A falta de debate interno e de democracia dentro do SBSI é a constante a que temos direito desde que há perto de trinta anos este quadro da tendência sindical socialista entrou para a direcção do SBSI. E ainda há quem fale nos comunistas e na sua "falta de democracia interna..."
Para este dirigente da UGT os comunistas é que são o maior problema do sindicato tendo através de processos disciplinares ilegais, ilegítimos e vergonhosos tentado afastar os quadros comunistas do sindicato onde nunca tiveram maioria na direcção desde que foi criada a UGT...
É uma espécie de bushismo pindérico português...
6 de setembro de 2004
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