Em 2003, cada cidadão português recebeu 333,4 euros da União Europeia (UE), sendo os segundos europeus que mais "amealharam" em termos relativos, segundo um relatório sobre o orçamento comunitário divulgado ontem em Bruxelas. De acordo com o documento, os irlandeses foram os principais beneficiários líquidos, tendo recebido 391,7 euros cada, enquanto os gregos 305,3 euros e os espanhóis 213,9. Os restantes cidadãos europeus da ainda Europa a Quinze contribuíram mais do que receberam, com os luxemburgueses a liderarem as contribuições: 124,1 euros, seguidos dos holandeses (120,6). Os dados constam do relatório sobre a distribuição do orçamento comunitário em 2003 que revela que, apesar das diferentes contribuições por parte dos Estados-membros, "a distribuição dos recursos mostra uma concentração mais elevada para os países mais pobres economicamente", salientou a comissária europeia do Orçamento, a alemã Michaela Schreyer. Em 2003, as despesas totais do orçamento da UE elevaram-se a 90,6 mil milhões de euros - o que representa 0,96 por cento do Rendimento Nacional Bruto (RNB) da União a Quinze -, dos quais 77,8 mil milhões (86 por cento) foram repartidos por beneficiários nos Estados-membros, enquanto os restantes 12,8 são relativos a despesas administrativas e ao financiamento de países terceiros. Em termos nominais, a Espanha foi o maior beneficiário da UE (absorvendo 20,4 por cento do total dos gastos, cerca de 16 mil milhões de euros), seguida da França, Itália e Alemanha. Portugal surge em sétimo lugar, tendo beneficiado de cinco mil milhões de euros, correspondentes a 6,1 por cento do bolo financeiro, e que correspondem a um aumento de cerca de 900 mil euros em relação a 2002. A maior fatia do dinheiro atribuído ao país foi canalizada para acções estruturais, seguido da agricultura e políticas internas. Em termos relativos, ou seja, em percentagem do RNB, a repartição das verbas comunitárias indica que Portugal foi o principal beneficiado, recebendo o correspondente a 3,64 por cento do RNB, seguido dos outros três Estados dos fundos de coesão: Grécia (3,18 por cento), Irlanda (2,38) e Espanha (2,19). A conta é feita com a diferença entre as contribuições dos Estados-membros para o orçamento comunitário e as despesas operacionais da UE nesse país. Portugal, juntamente com Luxemburgo e Grécia, foi um dos países que menos contribuiu para os cofres comunitários - apenas 1,6 por cento do total -, com os grandes países (Alemanha, França, Itália e Reino Unido) a assumirem a maior "factura".
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