14 de dezembro de 2006

Conselho Geral do SBSI


Hoje realizou-se mais um Conselho Geral do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas. E, como de costume, foram aprovadas todas as propostas da actual direcção deste sindicato. E que foi aprovado? As contas para 2007: dos SAMS, da Acção Sindical e dessa coisa que dá pelo nome de USP. Mas perguntarão alguns: actividade sindical? do SBSI? Onde? Como? Nós só lhes podemos dar razão. Não houve, não ten havido e, pela vontade da actual direcção, continuará a não haver Acção Sindical neste sindicato. Bem. Isto não é completamente verdade pois, apesar de tudo, existem alguns sindicalistas resistentes que teimosamente persistem em fazer uma acção sindical consequente. Isto é, em defesa e a favor dos interesses dos bancários e dos trabalhadores em geral. Fora estas excepções que são bem localizadas, perguntamos nós, alguém notou que existe um sindicato dos bancários em Portugal? Ninguém. Numa altura em que os direitos dos trabalhadores são postos em causa, que existe desemprego como nunca, que fazem os sindicatos bancários? Nada! Numa altura em que os lucros da banca são os maiores de sempre, que beneficiam com isso os trabalhadores bancários? Zero. Numa altura em que os reformados bancários são especialmente penalizados pelas medidas do governo, que fazem estes sindicatos? Nadinha. Que faz a UGT para a qual estes bancários descontam mais de 600.000 euros por ano? Nada.
Quando é que esta situação muda?

9 de novembro de 2006

O nosso nível de riqueza em percentagem da média europeia cai em 2008 para um valor quase idêntico ao registado em 1973!!



É só o que nos faltava! Se se confirmarem as últimas previsões de Bruxelas, Portugal pode ver o seu nível de riqueza em percentagem da média europeia cair em 2008 para um valor quase idêntico ao registado em 1973, um resultado que pode pôr em causa o sucesso do processo de convergência da economia nacional face ao países mais desenvolvidos da União durante as mais de três décadas de regime democrático.De acordo com as previsões de Outono da Comissão Europeia, publicadas na passada segunda-feira, o PIB per capita português em paridade do poder de compra (o indicador mais usado para medir o nível de riqueza de uma população) poderá cair em 2008 para os 63,5% da média da UE a Quinze. Isto significa que, após 34 anos de regime democrático, a convergência do nível de riqueza dos portugueses face aos seus parceiros europeus pode vir a cifrar-se em apenas 0,2 pontos percentuais.


Poder de compra hoje é inferior ao de 2001



Os portugueses que em 2001 ganhavam o salário mínimo nacional conseguiam adquirir mais bens e serviços do que os que hoje também recebem como retribuição esse salário.
A evolução é retratada por informação do Eurostat enviada pelo Governo aos parceiros sociais como elemento para a discussão sobre o assunto, que hoje se inicia na concertação social.
A notícia de 6 Novembro de 2006 do jornal Público é bem diversa daquela que os dirigentes do SBSI Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas tentaram convencer o Conselho Geral daquelçe sindicato de modo a aprovarem a proposta de aumento salarial de 3,8% para 2007.
Será que estes membros da UGT andam a dormir ou será que dizem estes disparates por qualquer razão oculta?

Banca e grandes empresas com taxa efectiva menor


A taxa efectiva de IRC registada em Portugal é mais baixa nas actividades financeiras e imobiliárias do que nos outros sectores mais importantes para a economia, mais reduzida nas empresas de maior dimensão do que nas pequenas e médias empresas e quase inexistente na região da Madeira quando comparado com o resto do território nacional, mostram os dados oficiais que são publicados pela administração fiscal.

Os bancos vão continuar a pagar menos IRC


Ministro Teixeira dos Santos anuncia que a banca vai pagar IRC - mas não é para já
O ministro das finanças anunciou hoje que a banca vai passar a pagar mais IRC. Só que, como fica claro no Orçamento de Estado, só prevê no próximo ano que este IRC se eleve dos actuais 13% para 15%. Acontece que a taxa legal de IRC é de 25%. Assim, ainda não é este ano que a banca vai pagar os impostos que deve.
O ligeiríssimo aumento de tributação da banca é aliás imposto pelas regras internacionais de contabilidade, que impedem a banca de jogar com as provisões como o tem feito até hoje. Não há nisto nenhuma coragem do governo, mas sim e simplesmente obediência a normativos impostos internacionalmente.
Pelo contrário, o governo está ao mesmo tempo a dar sinais de permissividade inaceitável.
Lei aqui a notícia completa

29 de outubro de 2006

Estado deve mais de 55 milhões aos SAMS



Neste momento a dívida do Estado aos Serviços de Assistência Médico Sociais dos bancários do Sul e Ilhas é mais de 55 milhões de euros! Esta dívida de quase dois anos acarreta sérios problemas de tesouraria a estes serviços médicos que prestam assistência aos bancários e suas famílias que ficam sem outra alternativa a não ser pedir dinheiro emprestado à banca e pagar-lhe os respectivos juros.
Deste modo fica muito comprometido o poder negocial do sindicato para a tabela salarial de 2007 como é fácil compreender. Perante este cenário que faz a direcção do SBSI? Apresenta aos bancos uma proposta de aumento salarial de 3,8%! Numa altura em que, pelo terceiro ano consecutivo os bancos acumulam lucros fabulosos como é do conhecimento de todos!
E porque que é que os bancários não reivindicam os 55 milhões de euros em dívida? Não sabemos. Sabemos apenas que a maioria da direcção do sindicato é do mesmo partido que está no governo e que os únicos prejudicados com estas coisas são apenas os bancários!
Outra coisa também sabemos: nem os gestores dos SAMS são prejudicados, nem os directores do sindicato! Sabemos que a gestão de empresas da envergadura dos SAMS não é certamente um fardo como nunca o foi gerir os dinheiros dos outros (o que é que é um banco afinal?). Há sempre a possibilidade de amealhar umas percentagenzitas ou de dar a ganhar uns cobres a certas empresas fornecedoras dos SAMS. As quais podem ser, por coincidência, da cor política comum quer ao governo, quer à maioria da direcção do sindicato! Afinal estão na direcção há tantos anos que devem conhecer bem os cantos à casa.
Mas, claro, isto não nos vai ser contado por estes personagens.
Apelamos pois à participação dos nossos leitores nesta investigação do porquê de certas coisas. Informem-nos para comtrab@gmail.com . Só em conjunto poderemos apurar a verdade. Só assim poderemos melhor ajudar os bancários a melhorar as suas condições de trabalho e de vida.

27 de outubro de 2006

Sindicalismo de cócoras









Com as notícias dos formidáveis lucros da banca bem frescas na memória dos portugueses vem agora o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas apresentar a sua proposta de revisão salarial para 2007. Isto não é novidade! A novidade é que a sua reinvidicação é de 3,8%!!! Quer dizer que no sector financeiro que tem os maiores lucros que há memória, o tal sindicatozeco (pois não deve ser um verdadeiro sindicato) pede 3,8%!! Claro que vai ficar à volta dos 2%! Nem sequer reinvidicam os 4% de aumento da UGT (que é financiada a 60% por este sindicato). Quando no Semanário Económico ainda há poucos meses era referido a perca de quase 20% do poder de compra dos bancários nos últimos 10 anos, esta proposta ultraja não somente os bancários mas, igualmente, todos os verdadeiros sindicalistas!
É o que acontece quando o sindicalismo de base se entretem a brincar às gestões de organismos de saúde como os SAMS bancários! Gerir os muitos milhões que os SAMS bancários movimentam anualmente é seguramente muito empolgante para estes dirigentes sindicais. Dá muito gozo! Ao ponto de esquecerem completamente os seus deveres enquanto representantes de trabalhadores e da sua melhoria de vida.
Tal como nos bancos também há pessoas que tem muito a ganhar quando gerem o dinheiro dos outros. Só que neste caso é dinheiro para a saúde de mais de 55.000 pessoas!



24 de outubro de 2006

Estão a roubar-nos e nós a ver


O Ministério das Finanças confirmou ontem que os bancos vão ficar isentos, até ao final deste ano, do pagamento de IRS e IRC referente à retenção na fonte sobre juros de obrigações emitidas por sucursais sediadas fora do País.
Veja notícia aqui

22 de outubro de 2006

Carta aberta aos bancos

Esta carta foi dirigida ao Banco BES, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direccionada a todas as instituições financeiras .. .

CARTA ABERTA AO BES
Exmos. Senhores Administradores do BES. Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.).
Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.
Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri. Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria. Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua". A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer. Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida:
até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso.Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.
Vitor Pinheiro

15 de junho de 2005

Ficámos mais pobres

Pois é! Eu tive a oportunidade de falar com o Álvaro Cunhal em Abril/Maio de 1975. Fui-lhe apresentado como sendo simpatizante do MRPP. E fiquei com uma muitíssimo boa impressão dele pois foi de uma simpatia e de uma proximidade que me espantou. A partir daí tive mais atenção para com ele tendo para mim deixado de ser um político para passar a ser um ser humano especial.Não me arrependi. É sempre bom reter na memória um ser humano cheio de dignidade, de respeito, de brilho, de coerência, de preocupação para com os mais desfavorecidos. No caso dele essa não foi uma preocupação meramente intelectual. Foi a sua prática quotidiana desde a adolescência até ao fim da sua vida. Será preciso dizer mais alguma coisa?Aqui deixo a minha homenagem a esse ser humano que nos engrandece a todos os que se preocupam com as pessoas e que se chamou Álvaro Cunhal. Se existissem mais pessoas assim não seria certamente a diferença de opinião política que iria causar dano ao mundo.

Relativamente ao General Vasco Gonçalves nunca falei com ele. Mas escutei atentamente alguns dos seus discursos. E acompanhei a sua trajectória enquato figura que o 25 de Abril trouxe ao convívio com os portugueses. E encontrei sempre um ser humano à altura das decisões que eram necessárias tomar. A coragem com que afrontou os interesses dos poderosos, o empenho para com a defesa dos mais desfavorecidos, a simpatia e a entrega de um ser humano digno, coerente e solidário.

Fiquei mais pobre esta semana com estas partidas até porque não vislumbro no horizonte político nenhumas figuras com esta envergadura, com esta humanidade, na política (só quase que vejo ratos).

Mas sinto-me ao mesmo tempo enriquecido com a obra e a memória destes dois homens.