O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, denunciou, ontem, que Mira Amaral, líder executivo da Caixa Geral de Depósitos, foi reformado, a 14 de Setembro, com 18.156 euros, o que corresponde a cerca de 3231 contos. Este valor, segundo Carvalho da Silva, resulta uma parte, cerca de 1800 euros, da sua condição de deputado, e cerca de 16.356 euros do «ano e nove meses que esteve na Caixa Geral de Depósitos». «A questão é moral e ética, mas a legal também é muito suspeita», afirmou a A Capital Carvalho da Silva. O líder da CGTP afirma que «há milhares de trabalhadores com processos pendentes, porque o Governo travou mandar mais pessoas para a Caixa Geral de Aposentações», mas este processo «foi decidido em horas». E acrescenta: «Há comportamentos duvidosos».
Carvalho da Silva condena que o ministro Bagão Félix, na sua comunicação ao País, tenha apelado «ao rigor», mas que depois haja «mais de 3000 euros para esta reforma». E lamenta que o ministro das Finanças tenha apresentado o caso das demissões da Caixa Geral de Depósitos como «exemplar», já que não pagou indemnizações, mas depois pague «reformas chorudas». O secretário-geral da CGTP denuncia que «há mais pessoas em situações destas» e garante que a central sindical vai «divulgar mais nomes». «Quem leva a maior fatia é uma casta que se instalou no poder».
Carvalho da Silva condena ainda que «a lei diga que na Administração Pública ninguém pode ganhar mais do que o Presidente», acrescentando que o chefe de Estado «jamais terá uma reforma destas». «Quem leva o dinheiro do Orçamento é esta casta que se instalou no poder e que circula de organismo em organismo. Era bom que os partidos, na Assembleia da República, levantassem esta questão, porque há muitos indivíduos por aí com uma reforma acima de determinado valor. E há muitos».
17 de setembro de 2004
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