15 de setembro de 2004

Mudanças na Administração da CGD

O ministro das Finanças decidiu afastar António de Sousa e Mira Amaral dos cargos directivos que desempenhavam na Caixa Geral de Depósitos. Bagão Félix anunciará hoje o nome do futuro presidente do banco público.

Os presidentes do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), respectivamente António de Sousa e Mira Amaral, foram afastados dos cargos por Bagão Félix, segundo refere a imprensa de hoje.

A notícia da saída dos dois gestores, que faz as manchetes do “Diário Económico”, “Jornal de Negócios” e “Público”, foi confirmada à Agência Lusa por fonte ligada ao processo.

O grupo bancário do Estado regressará assim ao modelo anterior de gestão – ou seja tendo um único presidente.

Segundo a Agência Lusa, o novo presidente seria Ernâni Lopes, mas o Ministério das Finanças já negou essa informação, adiantando à rádio "Antena Um" que anunciará ainda hoje o nome escolhido para o cargo.

Segundo o “Jornal de Negócios”, Bagão Félix decidiu demitir António de Sousa e Mira Amaral da liderança do banco estatal «para solucionar um conflito que impede o normal funcionamento da instituição».

O diário refere que o ministro informou o presidente da Comissão Executiva da CGD desta sua decisão na semana passada, enquanto o presidente do Conselho de Administração só ontem foi informado dessa opção.

Já o “Diário Económico” e o “Público” referem que António de Sousa e Mira Amaral «renunciaram» ao cargo, «facilitando» assim a decisão do ministro, adiantando ainda que, no âmbito do acordo estabelecido entre Bagão Félix e os dois gestores, estes prescindiram de receber os ordenados vincendos, que ascenderiam, no mínimo, a três milhões de euros.

Recorde-se que em Abril deste ano, Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, foi nomeado presidente da Comissão Executiva da CGD, com responsabilidades na gestão da actividade bancária.

Por sua vez, cabia ao anterior presidente António de Sousa, nomeado presidente do Conselho de Administração, a área dos seguros, alianças estratégicas e a internacionalização do grupo.

A imprensa de hoje regista que a adopção de uma presidência bicéfala acarretava desde o início o risco de paralisação do banco em caso de divergências entre os gestores acerca da gestão estratégica da CGD – como veio a confirmar-se.

Já ontem, o “Diário Económico” afirmava que o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos não reunia há quase dois meses devido ao mal-estar crescente entre António de Sousa e Luís Mira Amaral.

Uma situação que resultava da acumulação de equívocos relativamente à partilha de competências entre a CE da Caixa e os restantes elementos do conselho, acrescentava o jornal.

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