29 de agosto de 2004

Poder de compra dos portugueses com menor crescimento da UE

De 1995 a 2003 o poder de compra dos portugueses apenas cresceu de 73% para 75% da média europeia. Os dados do Eurostat colocam o país entre os piores da União Europeia.
O poder de compra dos portugueses foi o que menos progrediu entre os quatro Estados-membros que nos últimos dez anos mais beneficiaram dos fundos estruturais da União Europeia, revela ainda um estudo divulgado em Bruxelas pelo Eurostat, o instituto de estatísticas comunitárias.
O Eurostat utiliza o PIB (Produto Interno Bruto) em Paridades de Poder de Compra (PPP), uma unidade que permite comparar a capacidade de compra dos cidadãos dos diferentes países, apesar das diferenças de preços entre eles. E, segundo o estudo, o poder de compra dos portugueses em relação à média da União Europeia alargada a 25 países apenas aumentou de 73% em 1995 para 77% em 1999.
Depois estagnou durante três anos consecutivos e em 2003 sofreu mesmo uma diminuição, situando-se então nos 75% da média comunitária. Ou seja, Portugal esteve em contra-ciclo com a situação da maioria dos restantes Estados-membros.
No mesmo período, dois países com um grau de desenvolvimento económico idêntico ao português, como é o caso de Espanha e Grécia, aumentaram o seu poder de compra.
Em Espanha o poder de compra passou de 87% para 95% e na Grécia subiu de 72% para 80% da média europeia.Mas foi a Irlanda o país que nos últimos dez anos mais viu crescer o seu poder de compra: de 99% da média europeia para 131%.
Já o Luxemburgo consolidou o seu lugar como o membro mais rico da Comunidade: o PIB por habitante medido em PPP passou de 179% da média dos 25 países para 200% em 2003. Quando aos “grandes” Estados-membros, no período em análise o Reino Unido registou uma evolução positiva, tendo passado de 111% para 119%.Pelo contrário, registaram uma diminuição do poder de compra a França, de 115% para 113%; a Alemanha de 119% para 108%; e a Itália, de 115% para 107%.
Portugal só não está ao fim da lista devido à adesão dos 10 novos Estados-membros. Mesmo assim, muitos registaram crescimentos superiores ao português: a Hungria passou de 50% para 61%, a Eslováquia de 45% para 51% e a Polónia de 41% para 46% da média europeia.

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