15 de junho de 2005

Ficámos mais pobres

Pois é! Eu tive a oportunidade de falar com o Álvaro Cunhal em Abril/Maio de 1975. Fui-lhe apresentado como sendo simpatizante do MRPP. E fiquei com uma muitíssimo boa impressão dele pois foi de uma simpatia e de uma proximidade que me espantou. A partir daí tive mais atenção para com ele tendo para mim deixado de ser um político para passar a ser um ser humano especial.Não me arrependi. É sempre bom reter na memória um ser humano cheio de dignidade, de respeito, de brilho, de coerência, de preocupação para com os mais desfavorecidos. No caso dele essa não foi uma preocupação meramente intelectual. Foi a sua prática quotidiana desde a adolescência até ao fim da sua vida. Será preciso dizer mais alguma coisa?Aqui deixo a minha homenagem a esse ser humano que nos engrandece a todos os que se preocupam com as pessoas e que se chamou Álvaro Cunhal. Se existissem mais pessoas assim não seria certamente a diferença de opinião política que iria causar dano ao mundo.

Relativamente ao General Vasco Gonçalves nunca falei com ele. Mas escutei atentamente alguns dos seus discursos. E acompanhei a sua trajectória enquato figura que o 25 de Abril trouxe ao convívio com os portugueses. E encontrei sempre um ser humano à altura das decisões que eram necessárias tomar. A coragem com que afrontou os interesses dos poderosos, o empenho para com a defesa dos mais desfavorecidos, a simpatia e a entrega de um ser humano digno, coerente e solidário.

Fiquei mais pobre esta semana com estas partidas até porque não vislumbro no horizonte político nenhumas figuras com esta envergadura, com esta humanidade, na política (só quase que vejo ratos).

Mas sinto-me ao mesmo tempo enriquecido com a obra e a memória destes dois homens.

6 de junho de 2005

Os vigaristas do costume

As recentes eleições nos Sindicatos dos Bancários do Norte e do Centro vêm colocar uma questão fundamental para o sindicalismo que temos: que é feito da democracia sindical?
É que nestas duas eleições foram cometidos mais uns quantos atropelos à democracia e à verdade dos votos. Com efeito, no Norte, nomeadamente no Banco Totta, as listas afectas à UGT (a do PSD e a do PS) tiveram exactamente o m,esmo número de votos. Por isso houve um certo "rigor" na recontagem dos mesmos e logo se detectou que em determinados balcões onde praticamente ninguém tinha votado lá apareceram uns tantos votos para as listas do PSD...
Trata-se de repetir essas eleições apenas. Não se pode dar bronca na comunicação social

No caso do Sindicato dos Bancários do Centro a coisa foi bem pior. Depois da lista apoiada pela direcção anterior ter sido derrotada, eis que se fecharam no edifício do sindicato sem deixarem ninguém entrar e depois, quase um mês depois, vêm publicar novos resultados, desta vez a favor da tal direcção de antanho!
Enfim. As vigarices do costume que têm feito perpetuar as mesmas pessoas nos mesmos poleiros desde praticamente pouco depois do 25 de Abril de 1975!
No Sindicato dos Bancários do Sul a mesmíssima coisa. Só que não foram eleições para os corpos gerentes. Foi o tal "referendum" para a constituição da Federação dos Vigaristas a que dão o nome pomposo de Federação Financeira! Contra o que os próprios Estatutos que eles "cozinharam" 15% de votantes dão a vitória ao sim para a Federação?

E ainda dizem coisas do Alberto João Jardim.

Já agora uma boa novidade. Um blog novo, sobre os bancários, e sem papas na língua: http://sindicalho.canalblog.com/
Façam o favor de ler