Tão desorientada como o governo Santana Lopes, a direcção do SBSI tenta mais um golpe nos bancários. Os factos são estes:
1. Foi convocado o Conselho Geral para aprovar o ACTV cujas negociações se arrastam há mais de um ano
2. Não foram distribuídos aos conselheiros nenhuns documentos sobre o andamento das negociações, com os pontos já acordados, com os pontos por acordar, sem esclarecimentos justificativos, nada!
3. Tenta-se passar um cheque em branco à direcção para assinar o que lhe parecer, fala-se de um aumento da tabela de 2,5% em Janeiro mais 0,25% de descontos tanto para os bancários como para os banqueiros;
4. Sabe-se que estas coisas já foram todas “negociadas” com a banca e que entre numerosos cedências da direcção está a queda da Cláusula 26ª do ACTV que dá às CT´s aos mesmos direitos das comissões sindicais;
5. A UGT aprovou recentemente em Congresso o aumento de 4,5% em matéria salarial6. A sonegação da informação atempada sobre as negociações em vésperas de Conselho Geral tem sido uma constante característica desta direcção
Perante tais ocorrências os bancários interrogam-se justamente sobre várias coisas fundamentais:
• Será este o exemplo de funcionamento democrático do órgão Conselho Geral do SBSI?
• Ceder a Cláusula 26ª é garantir a unidade e a maior cooperação dos bancários e dos seus organismos de base?
• Costuma dizer-se que em negociações há percas e ganhos? Quais foram umas e outras?
• Para além de dar um jeitão à banca que ganhos tem os 2,5% de aumento quando a inflacção esperada é da ordem dos 4%?
Estas questões foram colocadas por vários oradores e por diversas vezes à direcção do SBSI durante o Conselho Geral de 24 Novembro sem que nenhuma resposta fosse dada.
Perante tudo isto, e depois de se ter passado a manhã e parte da tarde a querer manter a todo o custo as ilegalidades cometidas sobre alguns sindicalistas do SBSI e a querer justificar dois despedimentos de funcionários à “boa maneira” de qualquer entidade patronal, pensamos que existem fortes razões para supor que neste processo negocial a direcção “vendeu” os bancários a troco de nada para estes. O que quer dizer que se não houve nada para os bancários é porque sobrou alguma coisa para a direcção ou para alguns dos membros pois recusamo-nos a acreditar que tamanha incapacidade negocial se deva apenas à falta de projecto, de inteligência, de responsabilidade, de vontade de servir a classe bancária que os elegeu.
E como nesta direcção nunca primou pela clareza, nem pelo rigor, nem pela organização, nem pelo combate às ilegalidades, nem pela mobilização dos bancários, nem pela capacidade de luta, nem pela isenção dos métodos, é com pesar que concluímos que sobram apenas alguns adjectivos com os quais esta direcção se tem confundido: oportunismo, compadrio, golpe baixo, manipulação grosseira de pessoas e projectos donde não ficam muito arredadas outras palavras tais como traição aos interesses dos trabalhadores, favores à banca etc.
9 de dezembro de 2004
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